O mercado imobiliário chinês pode enfrentar outra desaceleração
A economia chinesa está em uma encruzilhada: enquanto o varejo acelera a passos largos, o setor imobiliário continua em queda livre. O que isso significa para a segunda maior economia do mundo?
De acordo com a CNBC, em 15 de novembro, as autoridades chinesas relataram um aumento significativo nas vendas no varejo, reflexo das medidas de estímulo implementadas recentemente. Dados do National Bureau of Statistics mostram que, em outubro, as vendas no varejo cresceram 4,8% em relação ao ano anterior, superando a previsão de 3,8% e o aumento de 3,2% observado em setembro. Esse avanço sugere que os esforços governamentais para reativar o consumo doméstico começam a surtir efeito. A produção industrial também acompanhou o movimento, crescendo 5,3% no mesmo período.
Por outro lado, o setor imobiliário permanece sob pressão. Apesar dos esforços governamentais, os investimentos em imóveis caíram 10,3% no acumulado do ano, acentuando os desafios enfrentados por um dos pilares da economia chinesa. Mesmo com sinais de estabilização nas vendas de imóveis novos, que desaceleraram a queda anual de 22,7% em setembro para 20,9% em outubro, a recuperação plena ainda parece distante.
Desde o final de setembro, uma série de medidas de estímulo foi anunciada para conter essa retração. O Banco Popular da China reduziu as taxas de juros e ampliou os incentivos ao setor imobiliário, enquanto o Ministério das Finanças lançou um programa de cinco anos para reestruturar a dívida dos governos locais, alocando 10 trilhões de yuans (US$ 1,4 trilhão). Analistas preveem que os investimentos no setor imobiliário poderão começar a crescer nos próximos 12 a 18 meses, impulsionados pela retomada gradual da demanda.