Os mercados emergentes enfrentam ventos contrários intensos, impulsionados por mudanças políticas globais e pela força crescente do dólar. À medida que a incerteza aumenta, surge a pergunta: quais países conseguirão resistir às turbulências?

De acordo com analistas do Citigroup, esses mercados devem apresentar desempenho inferior ao de suas contrapartes globais, principalmente devido às políticas comerciais esperadas do recém-eleito presidente dos EUA, Donald Trump. Essas políticas podem desacelerar o crescimento global, enquanto um dólar mais forte adiciona pressão aos ativos dos mercados emergentes.

No entanto, nem todos os mercados emergentes enfrentam o mesmo nível de vulnerabilidade. Entre os países que demonstram maior resiliência, destacam-se a Arábia Saudita e a Índia. Apesar disso, os analistas do Citigroup revisaram a previsão para a Índia de “overweight” (recomendação de compra acima da média de mercado) para “neutra”, citando a desaceleração no crescimento dos lucros corporativos e a venda de ativos por investidores estrangeiros após as recentes medidas de apoio econômico à China.

Os estrategistas também preveem que o índice Nifty 50 da Índia pode alcançar 25.000 pontos até setembro de 2025, representando um crescimento de 6% em relação aos níveis atuais. Já na Coreia do Sul, as perspectivas são menos otimistas: o Citigroup rebaixou a classificação de suas ações para “underweight” (abaixo da média do mercado), refletindo a queda nos lucros corporativos e os riscos associados às exportações para os EUA devido à incerteza comercial.

Apesar desses desafios, os analistas projetam que o índice KOSPI sul-coreano pode atingir 2.800 pontos até meados de 2025, impulsionado por uma recuperação no setor de semicondutores e cortes nas taxas de juros pelo banco central.

Por fim, a visão geral sobre os mercados emergentes permanece cautelosa. O índice MSCI Emerging Market é considerado “neutro”, com projeção de um aumento de 10%, alcançando 1.210 pontos no mesmo período.